Enfim um Iron Man
Bom, hoje quase duas semanas depois da tão esperada prova do
Iron, eu consegui finalmente escrever sobre a minha experiência de ter me
tornado um “Iron Man”, e sobre o que
isso significou e ainda significa pra mim.
Primeiro, peço desculpas pela demora em escrever, mas antes
do Iron você tem uma frase que se repete quase como um mantra pra quase todos
os problemas pessoais e profissionais que aparecem “depois do Iron eu resolvo
isso”... enfim!! Tive que resolver muitos.
Por outro lado não vou mentir, três dias após a prova eu
ainda sentia dores pelo corpo todo. Por mais que você tenha treinado, tenha preparado seu corpo para aquilo, nada
adianta muito. Acredito que a tensão do dia,
o nervosismo da estreia em provas do gênero, fazem com que você force seus
músculos ao extremo, e , portanto, pague o preço nos dias subsequentes.
Mas, enfim, cá estou eu pra falar um pouco sobre a
experiência esportiva mais difícil e intensa da minha vida... o Ironman.
De forma geral é tudo aquilo que dizem, ou seja, é
sensacional, é intenso, e, infelizmente passa rápido pra quem esta treinado e
se preparou muito. Isso mesmo, passa rápido, você nem nota o tempo em que esta
dentro da prova, pois tem tantas coisas pra pensar: alimentação, hidratação,
velocidade, pace, cadência, buracos na pista, outros competidores, etc.
Talvez por tal razão, aqueles que já participaram no passado
repitam sempre àqueles que o farão pela primeira vez “aproveitem a prova e se
divirtam”... quando você percebe, ela já passou.
Bom, foi isso que fiz, me diverti. Boa parte das fotos
tiradas de mim, principalmente na corrida, mostram isso, eu parecia feliz. Mas,
estava mais que feliz, estava realizado, transbordando alegria. Foi realmente
um dia de festa! Tudo correu relativamente bem durante as três modalidades. Eu
disse “relativamente”...
Com relação à prova em si, natação foi muito boa, embora
tenha levado uma cotovelada maldosa e desnecessária na boca que chegou a me
machucar(melhor deixar pra lá), em aproximadamente 1 hora completei os
3.8 k e sai da água vibrando! A transição não foi ruim, mas mesmo assim em um segundo Iron tem
que melhorar!
Na bike eu estava um pouco tenso, chuva demais e muita gente
embolada saindo junta. Soma-se a isso os
buracos na pista e os muitos ciclistas caídos (ou que caíram), bem como pneus
furados ao longo das duas voltas.
Mas, pra completar meu apoio de braço do
clipe quebrou no km 120, o que me obrigou a pedalar os 60 km restantes
sentado e não clipado, forçando assim
minha lombar, visto que tive que colocar mais força nas pernas pra não perder
meu ritmo...
Entregue a bike, cheguei a me emocionar, visto que de agora
em diante, só dependeria de mim e levando em conta que a corrida é a modalidade que eu mais gosto.
Contudo, minha transição 2 foi lenta, estava com muita dor
nas costas e tinha dificuldade para abaixar pra pegar a minha sacola
quanto pra calçar os tênis. Mas, quem disse que era fácil virar um Iron Man???
Tratei de fazer um esforço e sai pra correr...
Grata surpresa que nos 5 k iniciais conheci um outro
competidor que estava buscando o mesmo pace que eu, o João, baiano gente boa e
que me acompanhou até o fim da corrida. Mais a frente se juntaram a nós outro
competidor baiano, meu xará Diogo e um amigo meu de minha equipe, o Renatão.
Fizemos quase a prova inteira juntos procurando manter um bom ritmo de corrida
,que nem sempre foi possível, visto minha lombar estar doendo. Ao fim da
corrida, terminamos eu João e Diogo juntos praticamente completando os difíceis
42.200 km.
Posso dizer que
emoção de passar a chegada e ouvir, “Diogo você é um Iron Man” é algo
indescritível, poderia ficar aqui escrevendo e escrevendo e ainda assim não encontraria
as palavras certas para contar o que senti de verdade. Misto de alegria, emoção
e realização de sono, sabe?! Que durou por alguns dias ainda... você se olhava
no espelho e dizia “cara você é um Iron Man”... com relação a isso acredito que
o excesso de dopamina e endorfina te deixem meio “retardado” por alguns dias...
Mas sabe de uma coisa? A realização não é só por cruzar a linha
de chegada... é por tudo que você fez até chegar a ela, amizades da equipe de treino e daquelas feitas no dia
da prova, dos profissionais que me acompanharam no apoio, do suporte da família
e amigos...enfim... muitas.
É isso que o esporte faz, ele aproxima pessoas, ele cria
laços fortes de amizade, de solidariedade, de sinceridade. Nós passamos a
experimentar sentimentos crus, primitivos, mas acima de tudo, verdadeiros.
As amizades que construímos no caminho, com outros competidores e companheiros de equipe costumam a ser duradouras e permanentes. Mesmo passando tempos sem nos encontrarmos, elas estão sempre lá. Realmente o esporte é fantástico neste quesito. E tem mais, estas amizades independem de idade ou diferenças relacionadas a ela...
Por essas e por outras que repito que o Triathlon na
modalidade “ironman” é a prova individual mais coletiva de todos, pois não
chegamos lá sem suporte de outras pessoas.
Tenho que agradecer a cada um que me apoiou a cada um que de
alguma forma me desafiou, acreditando ou não no meu resultado, a cada um que
direta ou indiretamente possibilitou que esse meu sonho se tornasse real, e
mais, a cada um que passou a viver esse meu sonho como se fosse seu, nesse caso
minha noiva a Carol. Te amo gostosa! Você é minha pilha, minha gasolina, fonte
da minha força! Obrigado!
Bom, ainda estou curtindo a glória conquistada. Treinos,
bom... tentei, mas já forcei um pouco demais com corpo ainda não 100% e pra
completar gripei. Dizem que o pós Iron é cruel! Mas estou curtindo mesmo
assim... AFINAL, tenho mais um ano de treinos até o Ironman 2018!!!!
O que? Achavam que eu só faria um?
Que venham tantos quanto meu corpo puder aguentar!!!
Abraço
#bora
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